segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

OMS declara emergência mundial por microcefalia, mas não veta viagens ao Brasil

Mãe segura menina diagnosticada com microcefalia em PE
Divulgação
A OMS (Organização Mundial de Saúde) declarou nesta segunda-feira (1º) emergência mundial de saúde pública por causa da microcefalia (má-formação do cérebro do bebê), cuja ligação com o vírus zika é fortemente suspeita.

A designação foi recomendada por um comitê de especialistas independentes da agência da ONU, após críticas sobre uma resposta hesitante até agora. A decisão, que não veta viagens ao Brasil, deve ajudar a acelerar ações internacionais e de pesquisa.
Segundo a OMS, é necessária "uma resposta internacional coordenada para minimizar a ameaça nos países afetados e reduzir o risco de propagação".

A OMS diz que não há, ainda, comprovação científica da relação entre a zika e microcefalia, mas que há "fortes suspeitas".
Apesar do avanço nas pesquisas, ainda não há um teste rápido que permita confirmar a presença de anticorpos para o vírus da zika nas mães e bebês atingidos no início da gestação. Os testes disponíveis detectam o vírus apenas durante o quadro agudo da doença —quando a pessoa ainda tem os sintomas.

Diante do impasse, o Ministério da Saúde mudou a classificação dos casos neste mês e passou a confirmar não mais apenas os ligados ao zika mas todos que, em exames, possuem alterações "associadas a infecções congênitas" (de mãe para filho).
Até a última semana, havia 270 casos de microcefalia no país, sem que fossem apontadas as causas. Destes, seis deram positivo para zika: bebês que morreram após o parto e fetos que tiveram amostras coletadas ainda na gestação.

Com mais de 1,5 milhão de contágios por zika desde abril, o Brasil é o país mais afetado pelo vírus, seguido pela Colômbia, que no sábado anunciou mais de 20 mil casos,
 2.000 deles em mulheres grávidas.
Do: Blog São Domingos Já / Fonte Folha de São Paulo