Ora, então porque anexar aos autos de um inquérito
e vazar, na mesma hora, uma conversa que ele próprio afirmou não ter interesse
jurídico? Ainda mais, com quem não pode ser investigada por ele (a presidente
Dilma)?
A única utilidade que me vem à cabeça é, após
decretar a quebra do sigilo do processo, poder vazar para imprensa, que irá
fazer a devida exploração política.
E foi o que aconteceu. A Globo News publicou,
poucas horas depois da conversa, o áudio com a voz de Lula e de Dilma.
Imediatamente senadores da oposição deram chiliques
no Senado, pedindo a "renúncia" de Dilma, mesmo sabendo que na
conversa, não havia nada de mais, conforme a declaração do próprio juiz do
caso.
Moro, como um simples juiz federal de 1ª Instância,
cometeu dois graves erros ao incluir o diálogo inútil no processo e vazá-lo à
imprensa.
Primeiro- Na prática ele gerou o “batom na
cueca” contra si mesmo, deixando claro que persegue politicamente Lula e a
presidente Dilma.
Segundo- Desrespeitou a Constituição Federal,
à qual ele deve observar o cumprimento de suas leis, ao divulgar uma conversa
grampeada, com a participação de uma autoridade (presidente da República), que
não está sob sua jurisdição.
Outras gravações também foram entregues à imprensa.
E sabe o que é bom, todas as conversas que ouvi até agora, não comprometem
Lula. Não tem uma conversa de Lula falando de maracutaia. Tem desabo,
reclamação, indignação, tem confirmando que ele não teme as investigações e tem
ele dizendo: "Jamais irei para o governo para me proteger".
Pensem nisto, enquanto lhes digo até a próxima.
Guaraci Balde